Hamilton Roberto Dias, o “Moringa”, é apontado com um dos “sintonias” da facção e ordenou o crime de São Paulo.
O último réu acusado de executar Rudinei da Silva Rocha, o “Babidi”, Hamilton Roberto Dias Junior, 39, o “Moringa”, sentou no banco dos réus da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande nesta terça-feira (23) e acabou sendo condenado a 20 anos de prisão pelo homicídio. O crime aconteceu no dia 7 de outubro de 2017.
Em setembro de 2022, sete envolvidos na execução passaram pelo julgamento. Na ocasião, foram condenados:
Cristiane Gomes Nogueira Rodrigues (19 anos de reclusão e pagamento de dez dias-multa por homicídio qualificado, organização criminosa, cárcere privado), Rodrigo Roberto Rodrigues (22 anos de reclusão e pagamento de dez dias-multa por homicídio qualificado, organização criminosa e cárcere privado) e Roberto Railson Maia da Silva (23 anos e seis meses de reclusão e pagamento de dez dias-multa por homicídio qualificado, organização criminosa e cárcere privado). Todos em regime fechado.
Já Ayume Chaves Silva, Rogério Silva, Lucas Carmona de Souza e Mike Davison Medeiros da Silva foram absolvidos e Hamilton Roberto Dias Júnior teve o júri remarcado, já que sua advogada não pôde comparecer ao julgamento naquele dia.
“Babidi” foi sequestrado e mantido em cárcere privado no dia 6 de outubro de 2017, no Jardim Santa Emília. No dia seguinte, segundo a investigação policial e denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foi sentenciado à morte, em tribunal que envolveu faccionados que estavam em São Paulo, orientando os executores.
Aos 22 anos, teve a cabeça raspada e cortada.
A vítima foi enrolada em cobertor e o corpo, com a cabeça ao lado, jogado em estrada vicinal da região do Indubrasil. Segundo a denúncia lida em plenário pelo juiz Carlos Alberto Garcete, consta que “Moringa” foi um dos mandantes do crime. O réu era considerado um dos “sintonias” do PCC (Primeiro Comando da Capital), ou seja, com responsabilidade e hierarquia para julgar os irmãos faccionados por alguma pena.
A investigação apontou que “Moringa” estava no presídio de Presidente Venceslau (SP) e orientava os faccionados no interrogatório e execução. “Badibi” era traficante na região das Moreninhas e foi voluntariamente encontrar com os integrantes do PCC, negando ser parte do CV (Comando Vermelho). Foi levado para outra “cantoneira”, locais onde os julgamentos acontecem, e acabou sendo executado.
Presente no plenário, “Moringa” escutou os relatos, impassível. Ao iniciar o depoimento ao juiz, confirmou os dados pessoais e que está preso por tráfico há 9 anos. “E preso na preventiva desse B.O. aí, sei lá”, complementou. Sobre o caso, somente respondeu: “quero ficar em silêncio”; o interrogatório foi encerrado.
Hamilton estava sendo acusado de homicídio doloso e por integrar facção criminosa.
O Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e autoria do assassinato, mas entendeu que ele deveria ser absolvido do crime de organização criminosa. Com isso, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, sentenciou “Moringa” a 20 anos de prisão em regime fechado pela decapitação de Rudinei.