Polícia Federal indicia três da PRF por morte de Genivaldo na ‘câmara de gás’

Polícia Federal indicia três da PRF por morte de Genivaldo na ‘câmara de gás’

PF encaminhou nesta segunda-feira, 26, à Procuradoria da República a conclusão de investigação sobre crime ocorrido 25 de maio em Umbaúba, no interior de Sergipe; policiais rodoviários federais foram enquadrados por crimes de abuso de autoridade e homicídio qualificado ‘com emprego de asfixia’ e recurso que impossibilitou defesa da vítima, Genivaldo de Jesus Santos, morto em um camburão.

A Polícia Federal (PF) indiciou três policiais rodoviários envolvidos em uma abordagem que terminou com a morte de Genivaldo Santos, de 38 anos, em Umbaúba (SE).

A PF informou que concluiu o laudo final nesta segunda-feira (26), quatro meses após o caso. Os investigados devem responder por abuso de autoridade e homicídio qualificado (asfixia e sem meios de defesa).

Genivaldo morreu em maio deste ano, depois de ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido a inalação de gás lacrimogêneo, na BR-101. A certidão de óbito concedida pelo Instituto Médico-Legal (IML) à família apontou asfixia e insuficiência respiratória como causas da morte.
Os investigados no caso são os policiais Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia, conforme reportagem do Fantástico. O relatório da PF foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que é responsável por apresentar a denúncia à Justiça.

“Esperamos que seja realmente cumprido. Estamos lutando por justiça, sabemos que não vai trazer a vida dele de volta, mas lutamos para não acontecer com outras pessoas e que outras famílias não passem por essa dor”, disse o sobrinho da vítima, Walisson de Jesus Santos.

O MPF confirmou o recebimento do relatório do inquérito e informou que tem, por previsão no Código de Processo Penal, 15 dias para análise e apresentação de denúncia (art. 46 do CPP).
Ainda de acordo com o MPF, um posicionamento sobre o caso e a divulgação de documentos só irão acontecer quando a ação criminal for ajuizada.

A defesa dos policiais ainda não se manifestou sobre a conclusão do inquérito.
Os agentes envolvidos diretamente na abordagem foram afastados das funções pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que afirmou que não compactua com as medidas adotadas pelos policiais durante a abordagem.
Os três policiais já prestaram depoimento à Polícia Federal, além de outros dois agentes que assinaram o boletim de ocorrência, mas não participaram da ação.

A Justiça Federal em Sergipe negou o pedido de prisão dos três policiais rodoviários federais envolvidos na abordagem. O pedido foi feito pela defesa da família da vítima, que ainda não se manifestou sobre a decisão.

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