Petrobras faz 1º corte no diesel em mais de um ano seguindo recuo do petróleo

Petrobras faz 1º corte no diesel em mais de um ano seguindo recuo do petróleo

Petrobras faz 1º corte no diesel em mais de um ano seguindo recuo do petróleo

A Petrobras divulgou nesta quinta-feira um corte de 3,56% do diesel A (puro), que entrará em vigor nas refinarias na sexta-feira, na primeira redução desde o início de maio do ano passado, à medida que a estatal repassa uma cotação internacional estabilizada em patamar mais baixo.

O preço médio do combustível às distribuidoras terá queda de 20 centavos, para 5,41 reais por litro. Apesar da redução, o diesel da Petrobras seguirá em patamar que é o dobro do visto há pouco mais de um ano, já que desde meados de 2021 os valores da empresa só subiram.

O petróleo Brent no mercado internacional atingiu nesta quinta-feira o nível de cerca de 93,50 dólares o barril, o menor desde 21 de fevereiro, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, com preocupações de que recessão da economia global possa afetar a demanda.

Em 1º de maio de 2021, a última vez que a Petrobras efetuou uma redução no diesel, o barril era cotado a quase 70 dólares.

“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras…”, disse a companhia, em nota.

A empresa citou ainda que “busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

O comunicado reiterou a política de preços da Petrobras, diante de temores do mercado sobre eventual ingerência do governo de Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição. O presidente já trocou o CEO da Petrobras em três oportunidades devido ao descontentamento com o rumo da política de combustíveis.

“Nada a ver com a mudança de comando. O que mudou foi o petróleo. O mercado tem cedido bem lá fora e isso justifica”, disse à Reuters uma fonte próxima da companhia.

O sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, que chegou a ser apontado para atuar como CEO da empresa mas não assumiu por questões relacionadas a conflitos de interesses, faz avaliação semelhante.

“Há perspectiva de uma recessão mundial por conta da alta dos juros nos EUA e na Europa. Nossos preços estão acima dos preços internacionais e há espaço para reduções do diesel e da gasolina daqui pra frente”, disse Pires.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), hoje foi o 13º dia seguido em que o preço médio do diesel no país estava superior ao da média internacional, variando de 10 a 51 centavos por litro.

O preço mais alto no mercado interno é o principal fator para manter o interesse de importadores em fornecer o combustível para o Brasil. O país importa de 30% a 35% do diesel que consome.

Segundo Pires, porém, ainda é possível fazer novas reduções mantendo-se a atratividade para os importadores.

“A meu ver daria para reduzir a gasolina uns 10 centavos e o diesel em 15 centavos. O Caio está dando sorte”, disse Pires, referindo-se ao presidente da Petrobras, Caio Mário Paes de Andrade, que assumiu o cargo em 28 de junho.

A companhia já reduziu os preços da gasolina A (pura) duas vezes neste ano, ambas em julho: 4,9% no dia 20 e 3,89% no dia 29.

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