Um time de pesquisadores da Universidade Radbound, na Holanda, estão perplexos com o comportamento de um material magnético que, estranhamente, congela quando aquecido. O objeto em questão, um ímã de neodímio, foi algo de um estudo publicado no jornal científico Nature Physics.
“É bem contraproducente”, disse Alexander Khajetoorians, físico que assina a autoria do estudo. “É como se a água se transformasse em um cubo de gelo quando fervida”.
Apesar de intrigante, existe uma razão científica para isso: em imãs normais, feitos de ferro, um fenômeno comum chamado “giro magnético” dos átomos se alinham na mesma direção – ou seja, em um espaço tridimensional, seus pólos magnéticos ao norte e ao sul se orientam sempre da mesma forma. Outros materiais, como cobre, apresentam giros magnéticos mais aleatórios, o que físicos chamam de “vidro giratório”.
O neodímio, um metal normalmente encontrado em países como Brasil, China, EUA, Índia, Sri Lanka e Austrália (e altamente irritante para os olhos e pele) rende ótimos imãs, mas o que as pessoas conhecem como “imã de neodímio” é, na verdade, uma mistura ferromagnética – ou seja, uma mistura dele com o ferro comum, justamente para que seus giros magnéticos se alinhem corretamente.
Quando puro, o neodímio não se comporta como outros metais. Não se passaram nem dois anos desde que um estudo anterior determinou que esse metal tem o que se convém chamar de “vidro de giro auto induzido”. Na prática: seus giros magnéticos são naturalmente “bugados”, como diz a expressão internética.
No que tange a temperatura, normalmente o que ocorre é: você esquenta um metal, isso aumenta a sua energia, que por sua vez amplia o movimento e velocidade dos seus giros magnéticos. Contrariamente, resfrie um metal e seus giros magnéticos também desaceleram, talvez até parem.