Ditadura da Nicarágua: bispo opositor é condenado a 26 anos de prisão

Ditadura da Nicarágua: bispo opositor é condenado a 26 anos de prisão

É a mais longa sentença aplicada pela Justiça desde que Daniel Ortega iniciou uma onda de repressão no país em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguenses e desacato.

Daniel Ortega e Lula em 2010, durante visita do ditador nicaraguense a Brasília.| Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr

A decisão foi divulgada na sexta-feira 10. A sentença do juiz Octavio Ernesto Rothschuh, do Tribunal de Apelações de Manágua, é a mais longa aplicada a um opositor do regime sandinista desde que o governo iniciou uma onda de repressão, especialmente contra representantes da Igreja Católica, a partir de 2022.

Álvarez e outras sete pessoas foram presas pelas autoridades nicaraguenses na sede episcopal de Matagalpa, no centro-oeste do país, em agosto do ano passado.

Ortega considera que bispos e padres apoiaram manifestações que pediram sua saída em 2018, protestos que foram reprimidos com extrema violência, resultando em mais de 300 mortes. O bispo, então, entrou na mira da ditadura sandinista, quando a Igreja tentou intermediar o diálogo entre Ortega e oposicionistas. À época, Álvarez afirmou que não havia “outro caminho” a não ser “a democratização da República da Nicarágua”.

Sua posição como liderança social contra a repressão ganhou força em 2022. Em maio, Álvarez denunciou a perseguição contra a Igreja e anunciou que faria um jejum por tempo indeterminado em protesto. Em agosto, o bispo denunciou que havia sido retido na sua cúria por forças policiais sem saber o motivo, juntamente com seis sacerdotes. Ele foi preso de fato dias depois.

Na quinta-feira 9, a ditadura da Nicarágua anunciou o envio para os Estados Unidos 222 opositores que estavam presos e que tiveram suspensos seus direitos de cidadania. Eles foram acusados de “traidores da pátria”.

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