A saída do governo teria sido motivada pelos prejuízos e pela pressão do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para implementar um plano de reestruturação da empresa. Além disso, a presidência da estatal é cobiçada pelo União Brasil desde 2023. Os Correios ficam sob a gestão do Ministério das Comunicações comandado por Frederico de Siqueira Filho, uma indicação técnica do partido.
Após a divulgação do balanço de 2024, a empresa atribuiu parte do resultado negativo à “taxa das blusinhas”, que impôs uma tributação sobre remessas internacionais, especialmente de mercadorias com origem da China. Apesar da situação financeira da empresa e das críticas dos servidores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não demitiu Santos.
A expectativa é que Lula e Santos se encontrem pessoalmente apenas no próximo dia 9, pois o petista está no Rio de Janeiro para a reunião da Cúpula do Brics, que ocorrerá no domingo (6) e na segunda-feira (7).
Após o evento, o mandatário receberá o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em Brasília. Na carta de demissão, ele teria alegado motivos de saúde e defendido sua gestão, segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
Ao jornal O Globo, Santos disse que não comentaria o teor da carta de demissão que entregou ao Palácio do Planalto. Oficialmente, o mandato de Santos termina no dia 6 de agosto.
Diante do déficit, os Correios anunciaram em maio um pacote de medidas para reduzir R$ 1,5 bilhão em despesas ainda em 2025. Para tentar conter a sangria, a empresa criou um Programa de Desligamento Voluntário (PDV), suspensão temporária de férias, e incentivo a diminuição da jornada de trabalho diante da redução proporcional de salário dos funcionários.