A declaração, feita nesta segunda-feira (12) durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, causou perplexidade entre críticos e reforçou o viés ideológico da atual gestão. Lula afirmou que o valor das eleições brasileiras é o mesmo da revolução que instalou o regime comunista chinês, responsável por décadas de repressão, censura e perseguição política.
Em seu discurso, o petista exaltou os supostos avanços sociais de ambos os países, alegando — sem apresentar provas — que 54 milhões de brasileiros deixaram a miséria durante seus governos, enquanto o Partido Comunista Chinês teria retirado 800 milhões da pobreza. A fala foi carregada de simbolismo político e ignorou os graves abusos de direitos humanos praticados pelo regime chinês, além de silenciar sobre os retrocessos democráticos e os danos institucionais que sua própria gestão impôs ao Brasil.
Entre 1958 e 1962, 45 milhões de chineses morreram de fome. Foi uma consequência direta do “Grande salto para frente”, uma espécie de programa de aceleração do crescimento da China, implementado por Mao Tse Tung e o Partido Comunista Chinês. No papel, era um plano excelente, que levaria o país a sobrepujar economicamente qualquer nação do Ocidente em menos de 15 anos.
Na prática, foi uma tragédia de dimensões continentais, com um custo inestimável em sofrimento e vidas humanas – não em decorrência de uma guerra ou de uma catástrofe natural, mas das decisões equivocadas de um governo que falava em nome da igualdade e da justiça social – e que desqualificava sistematicamente (quando não punia severamente, com a prisão ou o exílio em campos de trabalho forçado) qualquer pensamento dissidente.