Marinha da Espanha apreendeu grande quantidade de cocaína em um navio em meio a quase 1,7 mil animais.
A Marinha da Espanha apreendeu 4,5 toneladas de cocaína que estavam em meio a mais de 1,7 mil animais. O caso foi registrado no sábado 28, em um navio que saiu da Colômbia com destino ao Líbano, porém, a embarcação foi abordada na Europa. O caso chamou a atenção da imprensa do continente que batizou como “narcovacas”.
A história revela um novo método de carga e descarga de drogas em alto-mar. Já para a Espanha, o caso escancara a forma como “organizações criminosas se reinventam na hora de transportar drogas da América Latina para a Espanha utilizando gado vivo para dificultar o seu controle e localização”.
Segundo a Marinha colombiana, o embarque era conhecido desde o início de janeiro, quase um mês antes de o navio ser detido nas Ilhas Canárias, na Espanha. No início do ano, as autoridades marítimas receberam informações sobre um possível navio de gado saindo de Cartagena, na Colômbia, carregado de drogas com destino ao Líbano e realizaram um processo de vigilância.
Conforme as autoridades, o navio saiu do país latino apenas com os animais e sem as vacas.
“Conseguimos verificar que a contaminação não ocorreu na Colômbia”, disse o vice-almirante Hernando Mattos Dager em entrevista ao jornal El País.
A Marinha informou que alertou diversos países sobre a rota do navio e a possibilidade de escala para embarca da droga. Segundo o vice-almirante, a cocaína foi introduzida nas Antilhas. A Frontera Vacana, a empresa proprietária do gado, informou que não tinha conhecimento sobre o carregamento clandestino e que o crime foi cometido em Barbados.
“Nas áreas comuns do navio, foi encontrado um silo de forragem e a presença de um número indeterminado de fardos do tipo comumente utilizado para o tráfico de cocaína”, explicou a Polícia Nacional Espanhola.
Ao todo, 28 pessoas de diferentes nacionalidades foram presas na embarcação. O navio, como outros recentemente interceptados na Espanha com cocaína, portava a bandeira de Togo.
Para autoridades de segurança pública da Colômbia e da Espanha, a apreensão no navio-cargueiro mostra a complexidade de se combater o tráfico internacional, uma vez que os navios responsáveis pelo transporte das maiores quantidades de entorpecentes muitas vezes não são abastecidos nos portos em que iniciam seus trajetos ― ou, em certos casos, a droga não chega com a embarcação no destino final.