Foi então que o ministro Gilmar Mendes reagiu com irritação extrema. Visivelmente alterado, o decano acusou Nunes de querer “adiar o julgamento com discurso bolsonarista” e classificou o alerta como “chantagem”. Para Gilmar, ceder a pressões externas seria um sinal de fraqueza institucional e colocaria o STF em uma posição submissa perante outros países.
Apesar das críticas, Kassio Nunes decidiu não pedir vista e apresentou seu voto, permitindo a continuidade do julgamento. O gesto foi visto como um ato de firmeza diante da pressão interna, principalmente num momento em que o STF é cada vez mais acusado de extrapolar suas funções constitucionais com decisões de viés ideológico.
O episódio reforça a percepção de que há um racha interno no Supremo. Enquanto ministros como Moraes e Gilmar adotam postura combativa, outros, como Nunes, defendem cautela diplomática e respeito aos princípios internacionais de liberdade de expressão. Nos bastidores, cresce o temor de que o Brasil seja alvo de sanções econômicas e jurídicas, caso o ativismo judicial continue avançando sem freios.
Para observadores conservadores, o STF vive uma crise de ego, vaidade e autoritarismo. Enquanto o mundo assiste, o Brasil corre o risco de se isolar diplomaticamente, colocando em xeque sua imagem como país democrático. E tudo isso motivado por um tribunal que, ao invés de julgar com equilíbrio, parece mais interessado em silenciar críticas do que em preservar a Constituição.