Na última semana, um voo com dezenas de brasileiros deportados dos Estados Unidos aterrissou no aeroporto internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. Diferentemente da maioria dos voos com essas características, que são operados com aeronaves menores, esse voo em questão foi operado com um Boeing 767-300ER de 375 lugares.
Apesar do número exato de ocupantes não ter sido divulgado, fontes no aeroporto mineiro informaram que o número teria sido superior a cem pessoas, todas elas retidas na fronteira dos EUA com o México. O retorno, por sua vez, acontece através de Minas Gerais, por ser um ponto de origem histórico da maioria desses candidatos a imigrantes.
Uma outra triste realidade sobre o voo é que as pessoas a bordo viajam algemadas ao assento, por motivos de segurança. Isso independe do perfil e do fato de que a maioria são pessoas de bem, que tentaram a sorte de passar pela fronteira americana para tentar uma vida melhor nos Estados Unidos.
Ao chegar ao Brasil, elas são entregues à Polícia Federal para triagem e providências, já que há histórico de situações em que pessoas procuradas pela justiça brasileira estavam a bordo e foram presas após o desembarque.
Para fins de registro, como apontam os dados da ferramenta ADS-B Exchange, o voo foi operado pelo Boeing 767-300ER de matrícula N342AX, pertencente à Omni Air International, companhia especializada em voos fretados que mantém contratos com o governo dos EUA.
Os voos
Desde que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instituiu os voos de deportação dos estrangeiros que tentavam ingresso ilegal em território americano, as operações jamais deixaram de acontecer. Mesmo depois que Joe Biden assumiu a Casa Branca, a prática seguiu firme, embora muitos esperassem que fosse diminuir de intensidade ou mesmo cessar.
Esses voos, que são operados às custas do próprio governo americano, têm por destinos os mais variados pontos da América Latina, devolvendo aos seus países homens, mulheres e crianças que tentaram entrar ilegalmente nos EUA e acabaram retidos na fronteira. Nessa contagem de expulsos, um grande número de brasileiros está incluído.
Ao longo dos anos, já foram dezenas de voos partindo de áreas de fronteira nos EUA para o Brasil.